Uma das festas mais preciosas do ano ocorre na estação mais escura do ano no hemisfério do norte. Não é o Natal comercial do mundo secular, nem a celebração religiosa tradicional da igreja dos cristãos. Também não é uma festa mandada por Deus aos Judeus no Seu ensino a Moisés e ao Seu Povo Escolhido. É uma festa feita pelo homem para comemorar um momento na história judia quando Deus honrou a sua coragem e dedicação por um milagre belo. Entretanto esta festa traz não somente à vida um momento brilhante na vida de Israel, mas fala-nos também da Luz do Mundo que vem a quem O procure.
A história judia é um passeio na montanha-russa da obediência e rebelião a Deus, do Seu resgate e sustento milagroso e de como Ele retirou a Sua protecção de modo que sofresse as consequências severas de o abandonar. Depois do regresso a Israel de alguns dos judeus exilados em Mesopotâmia, escrito nos livros de Ezra e de Nehemiah, eles recomeçaram a adoração tradicional a Deus nas suas vidas e no Templo em Jerusalém que reconstruiram. O fluxo e refluxo dos impérios através das terras do Médio Oriente deixaram os seus vários legados culturais e religiosos. Os sucessores do Alexandre o Grande propagaram a cultura e a religião grega que eram um contraste extremo aos ensinos e ao estilo de vida bíblicos.
No ano 175 antes de Cristo um general grego e governante dessa região, Antiochus, proclamou-se deus, ajuntando o título de Epiphanes (deus manifesto), e iniciou uma campanha cultural e religiosa em Judeia para abolir toda a adoração e cultura bíblica. Proibiu estudar o Torah (Ensino de Deus), manter o sábado judeu, circuncisão, e estabeleceu altares para sacrificar animais no culto pagão por toda a terra. No mês judeu de Kislev (Novembro-Dezembro) ele levantou um altar a Zeus, o principal deus grego, no próprio Temple e exigiu que se sacrificassem porcos nele. O caldo de carne do porco foi derramado sobre os rolos de pergaminho do Torah santo e o altar, poluindo-os e o Temple. Esta profanação e abominação no Temple foram profetizadas alguns séculos antes no livro de Daniel 11:29 – 32.
Ultrajado, um sacerdote judeu idoso numa vila perto a Jerusalém levantou uma revolta com os seus cinco filhos. Após sua morte, os seus filhos continuaram a luta armada, no início como guerrilhas e depois em batalha aberta, reunindo um exército de judeus corajosos para resistirem o poder do exército grego de ocupação. A história encontra-se nos livros apócrifos e históricos dos Maccabees.
Exactamente três anos mais tarde, no dia 25 de Kislev 164 antes de Cristo o exército judeu da resistência, liderado pelos sacerdotes Maccabee, reganhou o Templo e quis rededicá-lo ao Deus de Israel e consagrar um novo altar. Eles acenderam de novo o menorah (lâmpada judia) grande que fazia parte do equipamento do Templo mandado por Deus no Torah. Entretanto, não havia azeite especialmente consagrado suficiente que para arder ao longo dum dia só. Precisariam de mais uma semana para preparar uma nova quantia de azeite consagrado ao uso do menorah do Templo. Atónitos e cheios de gozo eles viram como Deus providenciou um milagre: o azeite dum só dia ardeu sem cessar por oito dias, dando lhes o tempo para preparar ainda mais.
As cerimonias de purificação e rededicação do Templo terminados, decidiu-se comemorar anualmente o acontecimento. A partir desse tempo os judeus têm comemorado a Festa de Dedicação do Templo, Chanukkah, por oito dias todos os dias 25 de Kislev e costumam comer as comidas festivas fritadas no azeite ou óleo, tal como bolos fritos e panquecas especiais. As famílias judias acendem uma Chanukiah, uma menorah especial de nove hastes, nas suas janelas para todos verem. Um haste é mais alto do que os outros e fica no meio dos outro oito hastes. A sua vela serve como o “shamash”, a vela de serviço, a vela “empregado” que traz a chama a todas as outras velas. Ao anoitecer do primeiro dia de Chanukkah a vela shamash acende a primeira vela no lado direito. Em cada um dos oito dias mais uma vela à esquerda acende-se do shamash de modo que ao fim dos oito dias ardem as oito velas e a vela do shamash na escuridão. As famílias judias cantam os cânticos hebreus que proclamam acontecimentos bíblicos quando Deus os salvou da opressão pagão. É um momento de celebração, de declaração ao mundo idólatra à sua volta que não se deixam assimilar nem abolir a adoração ao verdadeiro Deus.
É interessante que nós podemos encontrar a referência a esta festa no Novo Testamento: “E em Jerusalém havia a festa da dedicação, e era inverno. E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão.” (João 10:22).
Jesus festejava Chanukkah! Mas além disto, Ele injetava um significado completamente novo à Festa. Pouco antes do dia de Chanukkah Jesus estava já em Jerusalém, revelando O Seu amor e poder e identidade aos judeus que frequentavam o Temple. Dando a visão a um homem cego desde o seu nascimento Ele declarou, “Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” (João 9:5). “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12). Lemos em Génesis 1 que a luz existia antes da criação dos objectos físicos que dão luz (o sol, a lua e as estrelas). Nos últimos capítulos do Apocalipse não precisa-se a luz física no Novo Jerusalém porque Jesus é a luz. “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” (João 1:4 – 5)
Jesus explicou que também o Seu corpo físico era um templo: “Derribai este templo, e em três dias o levantarei.” (João 2:19). Pedro chama-nos “pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). Os nossos corpos físicos são somente os vasos onde a presença de Deus pode morar e manifestar-se. Jesus prometeu de unir-se connosco: “Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.” (João 14:20).
Jesus explicou aos Seus discípulos que veio como um empregado não como um dono: “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” (Mateus 20:28) Jesus era o “shamash”. Quando nós entramos em contacto com Ele, Ele opera como uma vela “shamash” em nós, espalhando a Sua luz em nós para que nós também possamos brilhar como Ele no mundo escuro.
Jesus fornece o azeite santo e consagrado para o candelabro do Templo. Prometeu enviar o Espírito Santo simbolizado pelo azeite na Bíblia. “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece ; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.” (João 14:16 – 17). “vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois estes dias.” (Atos 1:4). O Espírito Santo de Deus não pode ser manufaturado nem produzido pelo esforço humano. Vem pela vontade divina a quem esteja unido com Jesus. Permite que a luz do mundo brilhe em nós.
Na altura de Chanukkah todos podem celebrar junto com os judeus. Nós podemos decidir de reconsagrar-nos a Deus. Podemos rededicar o nosso corpo e vida física ao Seu serviço. Podemos examinar-nos e tirar os elementos sujos e idólatros das nossas vidas. Podemos pedir que o Pai derrame o Seu azeite do Espírito Santo em nós. Podemos pedir que Jesus, a luz do mundo, seja nosso “shamash” e transmita-nos a Sua luz espiritual. Podemos seguir o Seu exemplo e trazer a luz espiritual a um mundo escuro e rebelde. Podemos resistir a pressão mundana de conformar-nos à vida sem santidade e podemos declarar que somos membros do Seu exército celestial da vida e do amor.
Chanukkah feliz!
A Festa de Chanukkah começa ao anoitecer destes dias e dura por 8 dias:
1 Dezembro 2010
20 Dezembro 2011
8 Dezembro 2012
28 Novembro 2013
16 Dezembro 2014