A Bíblia mostra-nos que o azeite era um símbolo especial da presença e da operação do Espírito Santo de Deus. Na Parte nº 1 vimos como o azeite usava-se para luz, relacionamento com Deus e purificação.
PARA A AUTORIDADE DE DEUS
O plano de Deus é que O reconheçamos como o nosso Senhor e Rei, e que sejamos “o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido” (1 Pedro 2:9). Ao longo de muitos séculos os Judeus não tinham nenhum governante humano mas consideravam Deus e os Seus sacerdotes como os seus governantes. Em Êxodo 30:22-33 Deus dá uma receita específica para perfumar o azeite que os Judeus deviam usar para ungir os sacerdotes e os objetos usados na adoração. “Também ungirás a Araão e seus filhos, e os santificarás para me administrarem o sacerdócio.” Nenhum sacerdote podia operar como representante de Deus, com a Sua autoridade, sem ser ungido do azeite especial.
Quando escolheram finalmente de viver sob uma monarquia, ungiam também os reis de azeite antes que começassem a reinar. Tal como os sacerdotes representavam a autoridade de Deus em assuntos espirituais, também os reis representavam-nO em assuntos políticos e sociais. “Então tomou Samuel (sumo sacerdote) um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te ungiu o Senhor por capitão sobre a sua herança?” (1 Samuel 10:1). Nenhum rei humano podia governar o povo de Deus sem ter recebido a autoridade do sacerdote que representava Deus. “E Zadoque, o sacerdote, tomou o chifre de azeite do tabernáculo, e ungiu a Salomão; e tocaram a trombeta, e todo o povo disse: Viva o rei Salomão!” (1 Reis 1:39).
A Jesus foi dado o título Messias (Cristo) que em hebreu significa “ungido.” “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude” (Actos 10:38) “o teu santo filho Jesus, que tu ungiste” (Actos 4:27) “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” (Mateus 3:16-17) Uma vez Jesus ungido do Espírito Santo pelo Seu Pai, Ele começou o Seu ministério na terra de Sacerdote, fazendo a paz para nós com Deus por sacrificar o Seu sangue, e de Rei, confrontando o inimigo Satanás e ensinando sobre o Seu reino. “E, maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade… Pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!” (Marcos 1:22, 27)
Jesus prometeu aos Seus seguidores que também eles receberiam a mesma unção para terem autoridade. “É-me dado todo o poder no céu e na terra… e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mateus 28:18, 20) “vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias… recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós” (Actos 1:5, 8) Pedro declarou aos peregrinos judeus impressionados em Jerusalém a Pentecostes sobre Jesus “exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” (Actos 2:33) Seguidores de Jesus são chamados a serem ungidos do “azeite” do Espírito Santo. Devem continuar a obra de Jesus como sacerdote por representarem os seus companheiros humanos a Deus em oração, e por representarem Deus à humanidade por trazer a mensagem evangelista de paz com Ele pelo Seu sacrifício. Continuam a obra de Jesus como Rei quando demonstram a autoridade de Deus sobre o mundo físico por milagres e sobre o mundo espiritual por expulsar demónios, e quando trazem o ensino de Deus à humanidade.
PARA ALEGRIA
Jesus contou várias parábolas sobre festas, especialmente sobre a Festa de Bodas que festeja a união de duas pessoas, que também representam as suas famílias respectivas. Os arqueólogos sabem que o azeite usava-se no Médio Oriente para ungir as cabeças de convidados numa festa. O Rei David cantou: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, e meu cálice transborda.” (Salmos 23:5) Convidado a uma refeição, Jesus repreendeu o seu anfitrião: “Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com unguento.” (Lucas 7:46)
Qualquer festa, especialmente uma festa de bodas, é uma ocasião alegre. A gente descansa-se, ri, junta-se em relacionamento, esquece-se das tarefas diárias, e até alguns desprendem-se sob a influência do álcool. Para a gente dos tempos da Bíblia o azeite recordava a alegria e a prosperidade, os bons tempos da bênção de Deus. “por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria” (Salmo 45:7). Ao início do Seu ministério na terra, Jesus anunciou com palavras do Antigo Testamento: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu… a restaurar os contritos de coração… a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza… (Isaías 61:1-3) Quando os Seus discípulos voltaram duma viagem de ministério bem-sucedida, “Naquela mesma hora se alegrou Jesus no Espírito Santo” (Lucas 10:21) Depois de serem batizados no Espírito Santo, o comportamento dos discípulos era tão esquisito que alguns peregrinos judeus em Jerusalém “zombando, diziam: Estão cheios de mosto.” Pedro respondeu, citando do profeta Joel: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne” (Actos 2:13-17)
Quando o Espírito Santo desce sobre os seguidores de Jesus, eles podem antecipar a alegria até com tanta intensidade que podem sentir-se embriagados. Visto que o Espírito Santo é Deus, podemos entender quão alegre sente-se Deus quando O convidamos de encher-nos e unir-Se connosco. A Sua alegria transborda em nós. Enquanto celebramos a nossa união com Deus (João 14:20, Lucas 15:7, 10) o Espírito de Deus está derramado sobre nós. É a hora de festa!
Contudo o Espírito Santo que traz a alegria não podia sempre ser derramado sobre os seguidores de Jesus. O azeite vem da acção de esmagar as azeitonas num lagar de azeite. A oliveira é símbolo na Bíblia de Israel, e Jesus, um israelita, desempenhou plenamente o papel que Deus tinha designado a Israel. No Jardim de Getsêmani (hebreu: Gat-chemen = lagar de azeite) ao pé do Monte das Oliveiras Jesus foi esmagado na Sua alma, “E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” (Lucas 22:44). “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e movido por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” (Isaías 53:4-5).
Jesus deixou-se esmagar por amor de nós. Quando a Oliveira Santa de Israel submeteu-Se ao Lagar de Azeite ao pé do Monte das Oliveiras, o Azeite de alegria foi solto para ser derramado sobre nós, os Seus seguidores.
Jesus abandonou a Sua própria vontade e decidiu obedecer somente a vontade do Seu Pai, para ser encarnado como ser humano, e mais tarde de enfrentar a tortura e a morte em Jerusalém. Depois, o Espírito Santo podia fluir livremente na situação: Ele operou o milagre de criar a vida física no ventre de Maria para que Jesus pudesse nascer, e depois da crucificação Ele operou o milagre de levantar Jesus dos mortos para que vivesse de novo e de dar-Lhe um novo corpo de estilo “ressurreição”. Se queremos participar em momentos quando o Espírito Santo manifesta grande poder, devemos certificar que submetemos-nos à vontade do Pai, custa o que custar. A nossa própria vontade, as nossas boas ideias, o nosso medo e orgulho, a nossa independência – todos impedirão o fluir do Azeite.
Se você quiser ser mais usado por Deus para ajudar o mundo ao seu redor? Você luta e esforça-se de satisfazer as condições dos religiosos? Se você se submeter completamente a Deus e pedir que Ele o unja do Azeite do Espírito Santo, você será enchido duma nova alegria santa (incompreensível a muitos outros!) e da Sua autoridade para representá-lo aqui na terra. Deus preparou um papel sacerdotal para você na sua própria casa, se quiser.