Estamos tão habituados a viver no mundo físico onde tudo parece ter estrutura, forma, limitações, início e fim. Temos muito poucas palavras para descrever a dimensão espiritual onde as leis da física, do espaço e do tempo são irrelevantes. Deus decidiu comunicar connosco assumindo uma única forma física com a qual poderíamos nos relacionar e compreender: Jesus.
Porém na Bíblia Deus quer que compreendamos o Seu Espírito Santo, o Espírito de Deus, que sendo espírito não tem nenhuma estrutura, forma, limitação, início nem fim. Ele prefere representar o Seu Espírito usando umas representações físicas muito interessantes, que podem encontrar-se por toda a terra, das quais só uma tem forma e estrutura.
ESPÍRITO SANTO COMO AZEITE
Para o povo dos tempos bíblicos a vida sem azeite era impossível. Dava-lhes a luz, o alimento, o medicamento, até mesmo a ajuda cosmética. Para o Povo Escolhido de Deus, os Judeus, era essencial em determinados sacrifícios e cerimónias espirituais, e nem os seus sacerdotes nem os seus reis podiam assumir papéis de liderança antes de serem ungidos de azeite especialmente perfumado. O azeite tornou-se num símbolo da alegria, do conforto e da prosperidade na vida diária do Povo de Deus.
PARA A LUZ
Nas instruções de Deus de como construir o templo portátil, o Tabernáculo, Ele incluiu mandamentos sobre o candelabro dourado e o seu azeite. Estava escuro dentro da tenda, onde somente os sacerdotes podiam entrar. O azeite puro ardia durante toda a noite para iluminar, atendido pelos sacerdotes (Êxodo 25:6, 27:20 – 21, Levítico 24:2). Não haveria nenhuma escuridão para os sacerdotes que serviam de intermediários entre Deus e os homens.
Pela acção do Espírito Santo de Deus, Jesus foi concebido neste mundo físico (Lucas 1:35). Começou o Seu ministério terrestre depois do Espírito Santo ter descido sobre Ele do Céu (Mateus 3:16). Como o azeite não-sólido precisava de ser contido no candelabro sólido, assim o Espírito Santo não-sólido era contido na forma sólida de Jesus, o enviado de Deus ao mundo dos homens. Uma vez que Jesus foi enchido do Espírito Santo Ele iniciou a Sua obra de representar Deus à humanidade e a humanidade a Deus.
Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8:12) e “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.” (João 9:4-5) Jesus, o “candelabro” trouxe a luz espiritual quando enchido do “azeite” do Espírito Santo.
Jesus advertiu os Seus discípulos que deixaria o mundo, mas enviaria um substituto divino para continuar a obra de Deus através de nós. O Espírito Santo viveria nos discípulos como tinha vivido em Jesus. Quando estamos enchidos do Espírito Santo como azeite, nós podemos arder brilhantemente no mundo escuro, trazendo a luz de Deus aos outros e vendo claramente no nosso próprio serviço a Deus. “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. …. O Espírito de verdade… habita convosco, e estará em vós… Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar.” (João 14:12, 17, 16:14)
PARA O RELACIONAMENTO COM DEUS
Incluídas entre as instruções do Antigo Testamento sobre como relacionar-se com Deus são duas ofertas que o Povo de Deus podia oferecer. Ambas podiam consistir em bolos de flor de farinha, sem fermento, e amassados com azeite. Uma era uma oferta de grão, na qual uma parte da farinha ou do grão esmagado misturado com o azeite queimava-se completamente em oferta a Deus, e o resto comido pelos sacerdotes. A outra era uma oferta de sacrifício de paz em acção de graças a Deus. (Levítico 2:1 – 14, 6:1 – 23, 7:11 – 15).
Jesus disse: “Eu sou o pão da vida!” (João 6:35). Ele ofereceu-se ao Seu Pai no Céu como oferta de grão e de paz por nós. Ele era uma mistura original do físico (grão) e do espiritual (azeite), porque combinou a carne humana e o Espírito Santo num enviado perfeito de Deus. “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. … Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.” (João 6:51, 56) Jesus permite-nos de sermos os sacerdotes de Deus, que podem comer da oferta de grão. Permite-nos de termos comunhão com Deus e de expressarmos o nosso agradecimento a Deus.
O nosso relacionamento amigável e sacerdotal contínuo com Deus é impossível sem a presença do Espírito Santo. Não podemos agradecer a Deus por Lhe oferecer o que não esteja saturado no Seu Azeite Santo. “que seja ministro de Jesus Cristo para os gentios, ministrando o evangelho de Deus, para que seja agradável a oferta dos gentios, santificada pelo Espírito Santo.” (Romanos 15:16) Para relacionar-nos com Deus necessitamos a presença do Espírito Santo em nós.
PARA A PURIFICAÇÃO
No ensino do Antigo Testamento Deus instruiu o Seu Povo de reconhecer e evitar a doença, especialmente as infecções como a lepra e as outras doenças da pele. Declarou-as “impuras”, e deu-lhe leis sobre como tratar das pessoas e dos objectos doentes. Se fossem curados, tiveram que “serem purificados” oficialmente por um sacerdote, usando, entre outras coisas, o sangue dum animal sacrificado e o azeite para os ungir. Uma vez purificados, podiam voltar a um estilo de vida normal. O sangue pagou pelo pecado da pessoa recuperada. (Levítico 14:10 – 19)
A Bíblia ensina-nos que a doença e a morte são o resultado da decisão do homem de deixar Deus e de viver da sua própria maneira. No momento que Adão abandonou a obediência completa a Deus, perdeu o relacionamento íntimo com Deus e tornou-se imperfeito e vulnerável à deterioração e à corrupção. “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” (1 João 3:8). Jesus agiu como a oferta de expiação sacrificial, derramando o Seu sangue por nós. Depois, no Seu papel de sumo-sacerdote, derramou o Espírito Santo como azeite sobre o Seu Povo (João 20:22) para completar a nossa purificação divina.
O azeite usava-se como uma base de pomadas medicinais em tempos bíblicos (Isaías 1:6). Jesus contou como o Bom Samaritano tratou as feridas do judeu atacado e curou-as feridas com azeite (Lucas 10:34). As fontes não-bíblicas mencionam também que se usava como laxativo para purificar os órgãos internos! Quando Jesus enviou os Seus discípulos numa expedição de treino em pregar e operar milagres, “expulsavam muitos demónios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam.” (Marcos 6:13). “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se tiver cometido pecados ser-lhe-ão perdoados.” (Tiago 5:14-15) A cura e o perdão do pecado estão ao nosso dispôr, tal como estavam aos Judeus do Antigo Testamento – quando nós confiamos no sangue de Jesus para pagar pelos nossos pecados e aplicamos o azeite.
Jesus não curou ninguém antes de Ele estar enchido do Espírito Santo ao rio Jordão. Os discípulos receberam o Seu mandato para continuarem a obra de cura depois da Sua partida (João 20:21, Marcos 16:17). Entretanto, tiveram que esperar para também eles serem enchidos do Espírito Santo da mesma maneira. (Lucas 24:49, Actos 1:4-5, 8). Os dons de cura são-nos dados pelo Espírito Santo (1 Corintios 12:9). A presença do Espírito Santo traz a cura e a purificação ao nosso corpo e espírito se nós o convidarmos.
O Espírito Santo como azeite traz-nos a luz da revelação, a luz de Jesus. Enquanto somos enchidos do Espírito Santo podemos trazer esta luz ao mundo escuro à nossa volta. O Espírito Santo iluminará o caminho na nossa frente de modo que não tropecemos nem nos percamos.
Não podemos relacionar-nos com Deus sem a presença do Espírito Santo. Qualquer sacrifício ou obra que oferecermos a Deus é inaceitável sem a presença do Espírito Santo. Ele deve completamente ser combinado com a nossa vida.
A nossa cura do pecado e da doença é impossível sem aplicar o Espírito Santo à nossa situação. Revela-nos o pecado e depois entra como o bálsamo calmante que traz a cura e purificação de modo que sejamos feitos aceitáveis espiritualmente a Deus.
Se você estiver preocupado porque vive sem a presença do Espírito Santo, aceite as palavras de Jesus: “quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?” (Lucas 11:13) Entregue a sua vida a Jesus, confie em que pagou pelos seus pecados com o Seu sangue na cruz, e pede o Espírito Santo de Deus de enchê-lo. Os anjos regozijar-se-ão no Céu, e algo da alegria pode transbordar sobre você!