A Bíblia mostra-nos que o fogo é um dos meios que o Espírito Santo de Deus usa para aparecer aos homens. O fogo fala-nos de salvar a vida e destruir a vida, de actividades mundanos como cozinhar e aquecer, e de actividades espirituais como consagração e sacrifício. O fogo pode ser o nosso amigo ou o nosso inimigo.
Quando Deus apareceu a Abraão para fazer um pacto de sangue com ele, Ele utilizou o fogo para simbolizar o Espírito Santo e o sangue dos animais quebrados para representar o corpo quebrado de Jesus na cruz quando Ele entregou o Seu sangue para pagar os nossos pecados. Quando Deus apareceu a Moisés na sarça-ardente, o Espírito Santo estava presente em forma de fogo, e a presença de Deus na sarça fala-nos de Jesus na cruz. No monte Sinai quando Deus estabeleceu o Seu pacto com todo Israel e deu-lhes a Sua Palavra, as leis da Sua nova nação, o Espírito Santo estava presente como fogo no monte e Jesus como o meio do pacto e como a Palavra de Deus.
No monte Sinai Deus deu ao Seu povo leis sobre como adorá-lo correctamente e sobre como tratar do seu pecado por usar animais em substituição pelas suas próprias sentenças de morte. Ele criou um sacerdócio especial para cumprir os rituais e sacrifícios numerosos para que o povo pudesse manter um relacionamento com Deus. No primeiro dia do sacerdócio o sumo-sacerdote ofereceu vários sacrifícios a Deus no altar: “a glória do Senhor apareceu a todo o povo. Porque o fogo saiu de diante do Senhor, e consumiu o holocausto e a gordura, sobre o altar” (Levítico 9:23-24) A carne dos animais que substituiu pelo povo pecador foi queimado e destruído pelo fogo do céu. Séculos depois, no monte Carmelo na competição célebre entre o profeta de Deus Elias e os profetas pagãos de Baal “caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rêgo.” (1 Reis 18:38) nada da carne, nada imperfeito e pecaminoso pode continuar a existir na presença de Deus. Deus é tão santo e perfeito que somente o que é santo e perfeito pode permanecer na Sua presença.
João o Batista avisou os seus ouvintes com fome espiritual sobre Jesus: “esse vos baptizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele tem a pá na sua mão; e limpará a sua eira, e ajuntará o trigo no seu celeiro, mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.” (Lucas 3:16-17) Deus avisou pelo Seu profeta Malaquias: “Mas quem suportará o dia da sua vinda?… Porque ele será como o fogo do ourives… e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata; então ao Senhor trarão oferta em justiça.” (Malaquias 3:2-3) “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o que é Jesus Cristo… A obra de cada um se manifestará… Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo.” (I Coríntios 3:11-15).
Seja neste corpo físico temporário ou seja depois de deixá-lo somos destinados à prova por fogo: fugir é impossível. Como é que podemos aceitar e beneficiar do fogo? “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12:1) Deus anseia que nos Lhe cedamos, que entremos voluntariamente numa união com Ele que permita que Ele caia sobre nos para purificar-nos primeiro, e depois para usar-nos em ministério aos outros. Ele quer que aceitemos que Ele pagou os nossos pecados pela morte de Jesus na cruz como o nosso substituto. Ele quer que O convidemos a entrar em nos e que sejamos enchidos pelo Seu Espírito Santo. Jesus ressuscitado disse aos Seus discípulos: “vós sereis baptizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias… recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas” (Atos 1:5, 8) Dez dias mais tarde, na santa Festa das Semanas judia em Jerusalém no monte Sião “de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso… e foram vistas por eles línguas repartidos, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (Atos2:2-4) Mais uma vez o fogo tinha descido do céu não para destruir os discípulos fisicamente mas como fogo espiritual, como na sarça ardente no monte Sinai, a presença purificador e fortalecedor do Espírito Santo de Deus. Os discípulos tinham decidido de arriscar a perseguição e a morte, nos passos do seu chefe crucificado Jesus, para seguir a vontade de Deus para as suas vidas. Deus respondeu poderosamente e obviamente ao seu “sacrifício vivo”.
No monte Sião Deus inaugurou um novo Povo de Deus (no início todos judeus messiânicos) que viviam no favor e na protecção da Nova Aliança que Ele tinha selado com o Seu próprio sangue, o sangue de Jesus na cruz. Quando os discípulos permitiram que operasse através deles, sem pensar no risco às suas próprias vidas físicas (e até uns deles foram martirados), uma grande explosão do poder e da presença do Espírito Santo começou a transformar o mundo. Até hoje muitos discípulos modernos de Jesus sentem o “fogo do Espírito Santo” a fluir por eles quando ministram sob a Sua direcção. Até hoje os que recebem milagres pessoas na presença de Deus, como cura física ou libertação espiritual da opressão dos demónios, ardem com o “fogo do Espírito Santo.”
Nada pode permanecer na presença do Santíssimo Deus. Tudo o que seja temporário, físico, imperfeito e pecaminoso deve cessar de existir. O que não pode permanecer é queimado pelo fogo do Espírito Santo. Pela obra de Jesus na cruz e do Espírito Santo na terra hoje temos a oportunidade de aceitar voluntariamente a purificação e poder que devem acontecer na nossa vida. Se nos apresentamos a Deus voluntariamente, Ele encher-nos-á do Espírito Santo numa forma positiva e de amor. Ele convencer-nos-á do nosso pecado, facilitará que nos arrependamos para sermos livres dele. Ele conduzir-nos-á e guiar-nos-á, sempre ensinando-nos mais sobre Jesus, e usando-nos na Sua obra no mundo à nossa volta. Não é muito melhor de ser um voluntário vivo do que enfrentar a Sua presença ardente depois de deixar este corpo terrestre? Esforcemo-nos de colaborar com o Espírito Santo enquanto podemos, e desfrutemos da Sua presença e do Seu poder maravilhosos nesta vida!