No nosso mundo moderno cheio de direitos humanos e liberdades pessoais que consideramos como certas, quão difícil é para nós imaginarmos-nos nos tempos quando a escravidão era um fenómeno quase universal por todo o globo. O santo nacional de Irlanda, St. Patrick, passou muitos anos da sua juventude como escravo na Irlanda dominada pelos Viquinges antes de voltar lá como missionário de Deus. Dr. David Livingstone da Escócia deu a sua vida em África Oriental, combinando evangelismo e medicina em territórios desconhecidos com uma campagna de erradicar o comércio de escravos árabe em África Oriental. Também a Bíblia está cheia não somente de contas de escravos e escravidão, mas também de leis sobre como tratar os escravos justamente.
Se a escravidão já está abolido mais ou menos por todo o mundo, porquê devíamos prestar atenção a este aspecto da Bíblia? Não é só uma irrelevância cultural hoje em dia?
Na Bíblia alguém tornou-se escravo ou voluntáriamente ou como cativo de guerra. Em Levítico 25:39-55 Deus deu leis aos Judéus de como alguém podia tornar-se escravo e mais tarde ser liberto da escravidão. Ele dá ênfase ao facto que ninguém devia permanecer como escravo para sempre, mas o dono possuiria a productividade do escravo em vez da pessoa, e um dia chegaria quando o escravo podia ser liberto. Um dia de liberdade está incluso no sistema de Deus!
Então, como é que isto relaciona-se connosco hoje em dia? Não somos nós todos livres já?
Segundo Jesus, não! “todo aquele que comete pecado é servo do pecado. Ora o servo não fica para sempre em casa; o Filho fica para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:34-36)
Você peca? São perfeitos todos os seus pensamentos, palavras e acções, em perfeita obediência ao Pai Celestial? Talvez não! Pois, se você peca, será que você é escravo do pecado ou um filho liberto do Pai que de vez em quando comete erros?
Ser religioso não garantia a liberdade. Nascer numa raça específica não traz aquela liberdade. Jesus falava aos especialistas religiosos judéus quando disse: “Vós tendes por pai ao diabo… Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais, porque não sois de Deus.” (João 8:44,47) Não admira que eles não gostavam muito dEle!
Então como podiam estes especialistas religiosos piadosos judéus pertencer a Satanás? Em Génesis 1:27-28 Deus criou a humanidade à Sua imagem e conferiu-nos a autoridade sobre toda a criação. Devíamos ser a Sua representação no mundo físico, dominando-a num estado de perfeição e submissão a Ele. Em Adão e Eva pertencíamos a Deus e O conhecíamos como Pai. Deus exigiu obediência num ponto só (Génesis 2:17). A liberdade da humanidade dependia na vontade de Adão de submeter-se a Deus num assunto único.
Em vez de obedecer, Adão escolheu de submeter-se à sugestão de Satanás, em obediência a Satanás mais que a Deus naquele assunto só. Saímos da liberdade e entrámos na escravidão. Se pecamos, somos escravos de Satanás. “Porque o salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23) e somos condenados à morte e separação eternas de Deus se continuarmos como escravos do pecado e de Satanás.
Essa a razão porque Deus incluiu tantas referências à escravidão e à libertação da escravidão na Bíblia. Ele precisava de preparar o Seu povo pelo momento quando Ele mesmo os libertaria da escravidão a Satanás. Se eles não podiam entender a escravidão físicamente, como podiam entender espiritualmente?
Deus anunciou a Moises o Seu plano de libertar os Judéus da escravidão ao rei egípcio, que naquela cultura era adorado como um deus. “vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, e vos livrarei da servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos. E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Deus.” (Exodo 6:6-7) Deus propositava de lhes dar um novo dono – o Rei Perfeito e Cheio de Amor.
Em hebréu a palavra “redimir” é “ga’al” que significa “libertar ou por vingar ou por pagar de volta”. Na história de Exodo Deus libertou o Seu povo da escravidão por vingar. Foram os donos egípcios que pagaram o preço de escravizar os Judéus, porque todo primogénito egípcio de homem ou de animal morreu na noite da Páscoa. Os Judéus experimentaram uma redenção física.
Todavia, Deus oferece a redenção pela segunda vez ao Seu povo, esta vez espiritualmente. E Ele oferece esta vez por pagar o preço Ele mesmo. Na redenção espiritual Deus oferece voluntáriamente o Seu primogénito como preço, pago em sangue, tal como os egípcios tinham que pagar involuntáriamente séculos antes.
Jesus, Deus-está-connosco, Ungido (Messías), Rei dos Judéus, “nos resgatou (redimiu) da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gálatas 3:13) Em Jesus “temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das offensas,” (Efésios 1:7) Deus providenciou por nós “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:24).
O próprio Deus chegou à terra em forma de Jesus e derramou o Seu sangue na cruz para pagar para nos libertar. Sabia que vivíamos debaixo da maldição por causa do nosso pecado, a maldição declarada sobre Adão depois do primeiro pecado. Ele oferece-nos a opção de aceitâ-Lo como o nosso Dono e de desfrutar da liberdade espiritual e da vida eterna.
Em Exodo 13:12-13,15 Deus exige um pagamento dos Judéus por todo primogénito de homem ou de animal. “Separarás para o Senhor tudo o que abrir a madre e todo o primogênito dos animais que tiveres; os machos serão do Senhor… mas todo o primogênito do homem, entre teus filhos, resgatarás… por isso eu sacrifico ao Senhor todos os primogênitos, sendo machos; porém a todo o primogênito de meus filhos eu resgato.” E qual o preço de redimir os primogênitos? “por cinco siclos (shekels) de dinheiro (= 50 gramas) ( Números 18:16).
Deus redimiu os Judéus por vingâ-los e causar que os egípcios pagassem com sangue. Deus tirou os Judéus físicamente da terra da sua escravidão e do domínio do “deus” egípcio Faraó. Depois, Ele exigiu que os Judéus também Lhe oferecessem os seus próprios primogênitos. Cada família judía pagava Deus pela vida do seu primeiro filho.
No Antigo Testamento vemos como o povo de Deus devia oferecer-se ao Seu domínio. No Novo Testamento temos esta opção também. Quando escolhemos a identificar-nos com Jesus, sacrificamos-nos a Deus, pedimos que seja o nosso Dono, e aceitamos a liberdade que Ele nos oferece, podemos também experimentar a redenção espiritual. Podemos ser redimidos para tornar-nos os Seus filhos, felizes para sempre na Sua família!
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” (João 8:36)
A escravidão é ainda um fenómeno mundial. Mas você pode experimentar o poder redentor de Deus de Jesus na cruz, fugir da escravidão e entrar na liberdade!